(...) Caso do Hokusetsu YK35 Shizukuzake, avaliado em R$ 22 mil. Produzido com grãos do tipo Yamada Nishiki na província de Niigata – uma das mais tradicionais regiões produtoras de saquê do país, ao norte do Japão -, ele é obtido da lenta filtragem – e não prensagem - do “moromi” (mosto de arroz já fermentado) em sacos de pano.
O resultado é um líquido seco, com notas sutis de lichia e aroma floral, comercializado em garrafas de titânio, para que as ações nocivas, dos raios ultravioleta, não danifiquem suas características originais.
Outra estrela internacional é o Myoka Rangyoku, produzido pela Daishichi, uma das fabricantes mais antigas e respeitadas na região de Fukushima. Envelhecido por três anos antes de ser distribuído ao mercado, seu preço tem variado de R$ 1.485 a R$ 2.970 nos restaurantes mais badalados de Las Vegas. E, segundo especialistas, seu nome, dado em homenagem a um espetáculo dramático do século XIV, dá a exata sensação que se tem ao degustá-lo. Raridade etílica oriental, o Gekkakou Kikusakari Daigijo Vintage 89 é um dos poucos saquês safrados em circulação.
Daí, sua garrafa de 500 ml ser vendida a R$ 932 no restaurante londrino Sake no Hana. “Apesar de trazer uma data de validade de dois anos no rótulo, o saquê pode envelhecer bem, mas seu sabor, aroma e coloração certamente irão mudar com o tempo”, afirma o especialista Alexandre Tatsuya Iida. Com uma impressionante variedade de saquês, a casa inglesa conta com o Mizubasho Daiginjo Premium (R$ 939) e o Wataribune Junmai Daiginjo Nama Zume (R$ 739), ambos classificados entre os mais frutados da carta com mais de 90 rótulos.No Brasil, onde não circulam mais de 80 rótulos diferentes – no Japão, esse número é superior a 49 mil -, o Koshi No Hana pode ser apontado como o saquê mais valioso a disposição. Importado pela Adega de Sake, ele é vendido no restaurante Kinoshita, em São Paulo, a R$ 523. “Levemente seco, aveludado e com um bom corpo, este é, sem dúvida, uma boa opção para acompanhar charutos”, diz Iida.
Dono da importadora, ele explica que o público alvo desse tipo de bebida, ainda se limita a grandes empresários e executivos de multinacionais asiáticas. Mais do que o alto custo, o interesse restrito se justifica por um fator cultural. “Este mercado ainda está engatinhando no País e, de fato, é muito difícil sentir as nuances que caracterizam um saquê especial.
O diferencial quase sempre está na qualidade do arroz e da água utilizados, na tradição do fabricante e na escassez de oferta”, explica. (Especial – Gestão do Luxo, Anna Julia Prieto) .
Fonte:www.thikara.com.br